Exames...
Parece que o Governo pretende acabar com a obrigatoriedade dos exames de Português e Filosofia em todas as áreas educativas do secundário, excepto nas Literaturas. A ideia parece-me absurda!
Se, por um lado, se considera haver muitos exames, que se acabem com todos e façam os que entenderem (os que digam respeito somente à área a que se candidatam) para efeitos de candidatura à universidade. Se, por outro lado, entendem que se devem manter alguns, não faz sentido deixar de fora uma disciplina nuclear como o Português. [Já anteriormente havia defendido a criação de uma "Matemática" para as línguas de modo a que todos os agrupamentos tivessem como disciplinas obrigatórias o Português e a Matemática (embora com níveis de exigência diferentes, consoante o agrupamento).]
Em relação aos exames, julgo que são importantes por várias razões: como aferição da qualidade geral dos alunos que terminam o secundário (ou 3º ciclo); como forma de equilibrar desigualdades de avalição obtida durante a avaliação contínua (p.ex.: alguns colégios particulares eram conhecidos por garantir médias de 17 a Matemática... depois nos exames eram habituais os 4 e 5 valores); e como responsabilização dos alunos pela consolidação de toda a matéria correspondente a esse ano lectivo (julgo, até, que também deveria responsabilizar os professores... mas isso é outra história).
Relativamente às disciplinas em questão, julgo que, pelo menos, o Português seria sempre uma disciplina obrigatória, uma vez que a correcta aprendizagem da língua, da sua estrutura e dos seus autores é fundamental para o desempenho de uma qualquer profissão futura (advogado, arquitecto, médico, economista, engenheiro... etc.). O Português é também necessário para um melhor aproveitamento dos ensinamentos que advirão na universidade.
PS - Mas isto não admira num país onde a Associação de Professores de Português está de acordo. Das duas, três: ou querem menos trabalho, ou não são verdadeiramente representativos do universo de professores de Português, ou então já começamos a compreender o actual estado do ensino, em geral, e do Português, em particular.
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